Oração
por Juliana Costa
Brasília, Brasil
Ao longo das escrituras sagradas é possível extrair lições preciosas sobre como os grandes homens se conectavam com Deus através da oração.
O profeta Jeremias expressava os seus lamentos com sinceridade e ao ouvi-las, Deus respondia, acredito que doce e firmemente “não tenha medo” (Lm 3:57). Deus aprecia esta forma humilde de aproximar do seu trono.
Paulo, por sua vez, em sua carta aos Colossenses (Cl4:2), nos ensina sobre como devemos orar. Oração deve ser uma disciplina espiritual caracterizada pela constância e pela sobriedade de quem tem convicção de estar em uma guerra espiritual por isso, a vigilância, a gratidão e a perseverança com ações de graça.
Jesus, em sua conversa com Deus no jardim do Getsêmani registrada no evangelho de Mateus (Mt 26: 39-44), expressa todas estas características citadas nos versos acima. Em seu momento de maior desafio, Jesus nos leva a profundas reflexões e aqui eu paro para compartilhar com vocês minha história de oração e como aprendo com o nosso querido Mestre Jesus.
Para desenvolver estas características, tão apreciadas pelo Pai, Ele me levou para o deserto e lá, ainda sigo aprendendo.
Eu sou reconhecida por ser comunicativa e gostar de andar perto de muitas pessoas. Conversar é comigo mesma. Entretanto, quando Ele me levou para o deserto, percebi que o Seu maior desejo não era me punir ou castigar, mas, sim reconhecer única e exclusivamente qual era o tom da sua voz, sem distrações e enfim, adorá-Lo em espírito e em verdade.
Ao segui-Lo aprendendo, como a ovelha, seguir apenas a Sua voz. Sua voz é a única que consegue suprir a minha fome e a minha sede. Ela é doce e ao mesmo tempo tão poderosa. Impossível não agitar o espírito, caminhar por onde Ele guia, mesmo que seja em direção a águas profundas, ou densas trevas. O meu coração se inflama e tenho a certeza que Ele é a minha luz, a força que me faz andar sobre as águas, caio de joelhos e O adoro. Aprendo, ouço e sigo.
O deserto na minha vida começou quando perdi o meu irmão no meu aniversário de 15 anos. Casei aos 25 e o meu marido se afastou da comunidade de fé bem no início do casamento (sou casada há 19 anos). Continuou quando a minha melhor “amiga irmã” na Igreja morreu de câncer aos 33 anos, deixando uma filha de 7 e um “amigo irmão” viúvo. Mudei de estado e os meus parentes ficaram. Meu Pai está lutando contra o câncer de próstata. A incapacidade de ter filhos assombrou e hoje vivo a instabilidade profissional, desemprego, doença e a aposentadoria precoce do meu marido por invalidez.
Precisou de mais de duas décadas para começar a aprender estas fortes lições sobre como identificar a sua voz e adorá-Lo. Foi na solitude que Ele me ensinou e continua me ensinando. Em nossas conversas Ele me disse que esta disciplina era a chave que ligava todas as coisas no céu e na terra e que se eu treinasse o ouviria de forma cada vez mais nítida. Ele me deu muitas dicas de como crescer nesta disciplina espiritual e quero compartilhar com vocês.
Diários de orações.
Tenho mais de 20 diários, um para cada ano na fé. Alarmes no celular. Tenho alarmes de oração. Meu celular está programado com mais de 10 diferentes alarmes, um para cada situação (crianças, doentes, parentes).
Orar por todos.
Sempre quando vejo um avião no céu, faço uma rápida oração por todos que estão ali dentro. Quando alguém pede para orar por algo específico eu paro parar orar naquele exato momento, nem que sejam apenas alguns segundos. Aquele horário e o dia do pedido se tornará um alarme no meu celular.
Estado de alerta.
Visito os sites das Igrejas pelo Brasil e oro pelos batismos, pelos líderes, as novas missões, os projetos. Assisto os cultos para saber o que orar. Ações de graça. Quando viajo para visitar os meus parentes e amigos em Minas vou de ônibus e passo 10 horas em vigília. Nos afazeres domésticos converso enquanto executo as atividades diárias. Ao dormir, religiosamente, oro com minha pequena filha de 7 anos e me esforço para orar em voz alta com meu marido antes de pegar no sono.
E as respostas?
Você pode estar se perguntando o quanto Deus responde as minhas orações. Posso te dizer que com CERTEZA Ele ouve, mas, as respostas eu ainda estou aprendendo a interpretá-las. Todas às vezes que peço por respostas Ele me avisa para olhar a sua bondade e suavemente me diz “não tenha medo” Sigo em frente com a certeza da sua companhia e o seu amor. Converso com ele todo tempo e Ele sorri para mim.
Oração não é sobre respostas é sobre intimidade e adoração.
Lamentações 3:57
Tu te aproximaste quando a ti clamei,
e disseste: "Não tenha medo".
Colossenses 4:2
Dediquem-se à oração, estejam alertas e sejam agradecidos.
Mateus 26:39-44
Indo um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: "Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres".
Então, voltou aos seus discípulos e os encontrou dormindo. "Vocês não puderam vigiar comigo nem por uma hora?" perguntou ele a Pedro.
"Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca".
E retirou-se outra vez para orar: "Meu Pai, se não for possível afastar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade."
Quando voltou, de novo os encontrou dormindo, porque seus olhos estavam pesados.
Então os deixou novamente e orou pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras.
Perguntas para Reflexão:
- Como você usa a oração para crescer em intimidade e adoração?
- O que lhe dá a certeza de que o que ouve está vindo do próprio Deus?
- Quais são os exercícios práticos que você tem buscado para crescer nesta disciplina espiritual?
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